Pandemia de COVID-19 e cigarro: maior número de pessoas parando de fumar em uma década

Pandemia de COVID-19 e cigarro: maior número de pessoas parando de fumar em uma década

Pesquisa realizada pela Action on Smoking and Health (Ash), do Reino Unido, aponta que mais de um milhão de pessoas deixaram de fumar desde a pandemia de Covid-19. O aumento na taxa de pessoas deixando de fumar durante a pandemia pode ter sido causado por uma série de fatores, incluindo problemas de saúde, maior dificuldade de acesso ao cigarro durante o isolamento ou pessoas que fumavam apenas em situações sociais. Dos participantes da pesquisa que pararam de fumar em 2020, 41% relataram que a decisão foi em resposta direta ao coronavírus.

Dados de pesquisa realizada com apoio do Zoe Covid Symptom Tracker sugerem que fumantes apresentam mais risco de desenvolver os sintomas clássicos da infecção por coronavírus: febre, tosse persistente e falta de ar. Além disso, organizações internacionais enfatizam que o cigarro, por ter efeitos negativos na saúde dos pulmões, geralmente está associado a maior risco de desenvolvimento de infecções respiratórias virais.

Segundo a Dra Ana Thereza Rocha, coordenadora do Programa de Cessação do Tabagismo do Hospital Cardio Pulmonar da Bahia, diante da pandemia de COVID-19 muitos pacientes e profissionais de saúde têm relatado níveis elevados de estresse. O tabagismo é normalmente encarado como uma válvula de escape e alívio dos sintomas de ansiedade e estresse, o que usualmente leva ao aumento do consumo. Ao mesmo tempo, pela atenção do público às questões de saúde e receio do COVID-19, é possível que muitos tabagistas tenham usado a situação adversa do isolamento social para criar uma oportunidade de cessação do hábito. Como o tabagismo é uma doença crônica e recidivante, ou seja, costuma levar a recaídas, é de suma importância que cada tentativa de parada do tabagismo seja auxiliada por pnemologista, mesmo por teleconsulta, para que a manutenção da cessação do tabagismo seja bem sucedida.