Tabagismo e o câncer de pulmão - Como estão vinculados e os benefícios de parar de fumar

Tabagismo e o câncer de pulmão - Como estão vinculados e os benefícios de parar de fumar

O câncer de pulmão é o mais comum de todos os tumores malignos no Brasil e no mundo e, em muitos casos, está associado ao consumo de derivados de tabaco.

O tabagismo é de longe o principal fator de risco para câncer de pulmão. Acredita-se que cerca de 80% a 90% das mortes por câncer de pulmão resultem do tabagismo. O risco de câncer de pulmão para fumantes é muitas vezes maior do que para não fumantes. Quanto mais tempo você fuma e quanto mais maços por dia, maior o risco.

A fumaça do cigarro contém uma mistura tóxica de mais de 7.000 produtos químicos, cerca de 70 dos quais são classificados como cancerígenos, incluindo arsênio, benzeno, cádmio, cromo, formaldeído, níquel e cloreto de vinila, entre outros. Quando as células dos pulmões são expostas a essas e outras substâncias na fumaça do cigarro, podem começar a sofrer mutações e formar lesões cancerígenas. Além disso, a fumaça inalada interfere no movimento dos cílios, que são minúsculas estruturas parecidas com cabelos que revestem as vias respiratórias para remover os resíduos dos pulmões. Quando esses cílios não funcionam adequadamente, as partículas nocivas da fumaça do cigarro permanecem nos pulmões por mais tempo, aumentando a inflamação local.

 

Outros derivados do tabaco

Fumar charutos, cachimbos e narguilés também aumenta o risco de câncer de pulmão. O mesmo vale para cigarros com baixo teor de alcatrão ou “light” e cigarros mentolados. Em alguns casos, as substâncias mentoladas podem até aumentar o risco, pois permitem que os fumantes inalem a fumaça mais profundamente.

Vale ressaltar que os produtos mais atuais que dizem ajudar o fumante a parar de fumar, como o cigarro eletrônico ou o tabaco aquecido, também apresentam malefícios para a saúde e alguns estudos têm demonstrado que também podem ter associação com o câncer de pulmão.

 

Fumo passivo

A fumaça do cigarro não faz mal apenas para o fumante. De acordo com o INCA, a fumaça que sai da queima do cigarro e fica no ambiente contém em média três vezes mais nicotina, três vezes mais monóxido de carbono e até 50 vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça que o fumante inala. Por isso, as pessoas que estão ao redor do fumante apresentam risco aumentado de desenvolver câncer de pulmão, se expostos por longos períodos.

Os bebês e as crianças são os mais vulneráveis ao tabagismo passivo, apresentando risco aumentado de desenvolver doenças respiratórias no futuro.

Para minimizar os efeitos deletérios do fumo passivo, desde 2011 é proibido fumar em locais fechados em todo o país.

É muito importante que o fumante entenda que a fumaça do cigarro ou de outro produto derivado do tabaco pode causar doenças nas pessoas com quem convive em casa, no trabalho e em demais espaços coletivos. Não existe nível seguro de exposição à fumaça, por isso, parar de fumar é a melhor forma de proteger quem fuma e quem está a seu redor.

 

Parar de fumar é a melhor prevenção

Apesar de a maioria dos casos de câncer de pulmão ocorrer em indivíduos com história de tabagismo, o risco diminui em qualquer idade a partir da cessação do hábito de fumar. Parar de fumar oferece benefícios independentemente de quanto tempo a pessoa fumou, reduzindo o risco de câncer de pulmão em cerca de 39% após cinco anos - mesmo se for um fumante inveterado.

Se você ou alguém de quem você gosta precisa de ajuda para parar de fumar, consulte seu médico ou procure um programa de cessação do tabagismo.